terça-feira, 19 de março de 2013

É TEMPO DE QUARESMA...QUARESMEIRA!!!



A quaresmeira, como diz o nome, anuncia a quaresma. Assim como os santos dentro da igreja, ela se cobre de flores roxas quando acaba o carnaval e fica desse jeito até a semana santa. 

QUARESMEIRA



CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

ÁRVORE de 8-12 m de altura.

TRONCO de 30-40 cm de diâmetro.
FOLHAS simples, ovaladas, de 15-20 cm de comprimento, por 5-7 de largura, rijas e cobertas de penugem em ambas as faces.
FLORES de 5 pétalas, nas cores púrpura a rosada, de 21-35,3 mm de comprimento por 16-24,5 mm de largura, densamente agrupadas em cachos na forma de funil.
FRUTO seco, tipo cápsula, de 368-831 mm de diâmetro, brilhante, inicialmente verde com pigmentos vermelhos e marrom-escuro quando maduro, que se abre espontaneamente liberando suas 739-781 sementes.
SEMENTE de dimensões ínfimas, de cor branco-amarelada quando jovem e de cor marrom-escura quando madura.
FLORAÇÃO ocorre geralmente duas vezes ao ano, nos períodos de junho a agosto e, mais abundantemente, de dezembro a março. Seus frutos amadurecem no final de junho até agosto, e em abril e maio.

USO/ÁRVORE muito ornamental, principalmente no período de floração. Pela beleza e pelo porte, não pode faltar em qualquer projeto de paisagismo. Boa para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas, o que já vem sendo feito em muitas cidades do sudeste brasileiro.
USO/MADEIRA moderadamente pesada, dura, de baixa durabilidade quando exposta às intempéries. Empregada na confecção de objetos leves, brinquedos, caixotaria etc.
USO/OUTRAS UTILIDADES OUTRAS UTILIDADES: as folhas servem ao candomblé, como cama de folhas dos Orixás Omolu e Nanã.
OBTENÇÃO DE SEMENTES Colher os frutos diretamente da árvore, assim que iniciarem a abertura espontânea. Isto é facilmente notado balançando-se um ramo de frutos sobre a mão e observando se há queda de suas minúsculas sementes. Cortar os ramos dos frutos, e levá-los ao sol sobre uma lona plástica. Depois de algumas horas, bater com vara para liberar as sementes. Um quilograma contém aproximadamente 3.300.000 unidades.
PRODUÇÃO DE MUDAS Colocar as sementes para germinar em canteiros sombreados contendo substrato orgânico. O leito de semeadura deve ser bem fio e uniforme, podendo até ser preparado com pó de xaxim. Cobrir o canteiro com sacos de estopa, para irrigação e removê-los quando iniciar a emergência. A emergência ocorrem em poucas semanas e a taxa de germinação é baixa. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando atingirem 3-4 cm, e para o plantio definitivo em 7-8 meses. O desenvolvimento das mudas é moderado.


Mesmo quando não está em flor, a quaresmeira é ornamental. Sua copa é de cor verde escura, com formato arredondado, e sua folhagem pode ser perene ou semi-decídua, dependendo da variação natural da espécie e do clima em que se encontra. Por suas qualidades, ela é uma das principais árvores utilizadas na arborização urbana no Brasil, podendo ornamentar calçadas, avenidas, praças, parques e jardins em geral. Seu único inconveniente é a relativa fragilidade dos ramos, que podem se quebrar com ventos fortes, provocando acidentes. Com podas de formação e controle, pode-se estimular seu adensamento e mantê-la com porte arbustivo.
Deve ser cultivada sob sol pleno, em solo fértil, profundo, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente no primeiro ano após o plantio ou transplante. Apesar de preferir esses cuidados, a quaresmeira é uma árvore pioneira, rústica e simples de cultivar, vegetando mesmo em solos pobres. Originária da mata atlântica, esta espécie aprecia o clima tropical e subtropical, tolerando bem o frio moderado. Multiplica-se por sementes, com baixa taxa de germinação e por estaquia de ramos semi-lenhosos.

Como Cuidar


  • Ao plantar a muda, cave um buraco de profundidade bem maior que o do torrão da planta e preencha-o com uma mistura de terra, areia grossa e fertilizante orgânico. Assim a planta terá um bom espaço de terra fofa para crescer, os nutrientes necessários e uma boa drenagem, que evita o encharcamento excessivo na época das chuvas, coisa que pode causar o aparecimento de fungos na planta.
  • Plante-a em local bem ensolarado para que possa realizar fotossíntese durante quase todo o dia e assim crescer melhor.
  • Irrigue-a diariamente, principalmente durante o primeiro ano que a planta ainda tem um porte pequeno. Árvores grandes quando mais velhas têm a capacidade de armazenar água e sobreviver semanas sem uma irrigação, porém quando novas crescem muito melhores se devidamente regadas.
  • É uma planta que tolera o frio, porém não extremo/congelante. Evite-a se você mora em cidades onde a temperatura cai abaixo de 0 graus em algumas épocas do ano pois isso pode congelar e matar essa árvore facilmente.






CURIOSIDADE: Na cidade de Tiradentes - MG, em frente de toda igreja tem uma Quaresmeira.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. Vol. I. Editora Plantarum, Nova Odessa, São Paulo, 1992, p.237 | LOPES, José Carlos; DIAS, Paulo César and PEREIRA, Márcio Dias. Maturação fisiológica de sementes de quaresmeira. Pesq. agropec. bras. [online]. 2005, vol.40, n.8 [cited 2010-08-17], pp. 811-816 | MEYER, Fabrício Schmitz. “O Gênero Tibouchina Aubl. (Melastomataceae) no Estado do Paraná, Brasil”. Dissertação de mestrado em Botânica, 2008: Universidade Federal do Paraná | NOVAIS, Jonathan Vieira. “Uso de plantas nos cultos Afro-brasileiros no Distrito Federal e no entorno”. 2006: Faculdades Integradas da Terra de Brasília, Ciências Biológicas, monografia.
http://www.umpedeque.com.br/site_umpedeque/arvore.php?id=641


sábado, 9 de março de 2013

COLECIONAR TILLANDSIAS - UM HÁBITO PERFUMADO



Tillandsia é um gênero Botânico pertencente à Família Bromeliaceae, subfamília Tillandsioideae. São Plantas Aéreas e a maioria habita como árvores e absorver seu nutrientes umidade do ar, através de escamas prateadas. Wikipedia
Tillandsia - Bromélia de Tillandz - Elias Tillandz, botânico finlandês  (1640 -1693).

As Tillandsias são um dos vários gêneros da família botânica das bromélias, aquele que compreende maior numero de espécies - cerca de 500. 
São originárias das Américas do Sul e Central. 
Habitam em climas tão diferentes como as zonas tropicais úmidas: bosques e selvas chuvosas, ou zona áridas: desertos e montanhas, em todas as altitudes.
As espécies com folhas de fina espessura e lisas, habitam zonas mais chuvosas e sombrias, enquanto que as variedades com folhas mais grossas e texturadas, são oriundas de regiões mais secas e luminosas.

A principal característica destas plantas é a de que não necessitam de solo para cumprirem o seu ciclo de vida (embora algumas, poucas, espécies  também cresçam em terra). A maioria das espécies têm as folhas cobertas de micro células – os tricomas – que lhes permitem processar os nutrientes contidos no ar através das folhas, com o auxílio da umidade. Vivem sobre os troncos de árvores e cactos (sem as parasitarem) - epífitas, ou sobre rochas - litófitas. Em boa verdade, nas suas regiões de origem, apenas não são vistas a crescer sobre metal…


Princípios base de manutenção:
As tillandsias obedecem ao ciclo-base de vida das bromélias: 
MANUTENÇÃO – FLORAÇÃO – REPRODUÇÃO
O que significa que, se conseguirmos manter uma bromélia em boas condições, ela irá florir, e subsequentemente produzir rebentos, que, se mantidos em boas condições, irão por sua vez florir… Um ciclo que com facilidade se poderá observar nestas extraordinárias plantas.
O aspecto geral da sua planta é o melhor indicador das suas necessidades.
* Sinais de boa forma:
- Planta com bom aspecto geral, a formar novas folhas (a partir do centro)
- Formação de raízes
- Produção de rebentos
Em algumas espécies, as plantas “coram”, antes de se produzir a floração. As folhas centrais tornam-se avermelhadas, voltando a ficar verdes após terminada a floração.

Existem espécies de tillandsias que, embora em boas condições, dificilmente formam raízes e raramente florescem. 
De qualquer forma, cada espécie tem as suas particularidades. Descobri-las é um estimulante desafio para quem aprecia o mundo natural.
De um modo geral, poderemos dividir as espécies de tillandsias aéreas em dois tipos : 

Tipo A - Verdes - plantas com folhas finas, lisas (sem textura), maiores, que apresentam diversos tons de verde;











Tipo B – Prateadas - Plantas com folhas verde acinzentado, mais duras, algumas com textura aveludada.


Para termos tillandsias em boas condições, teremos que observar 4 factores base:   temperatura, umidade, luz e ar em movimento.
* Temperatura –Ideal – entre 10 e 30 graus Celsius;  Tolerada – desde que abrigadas, entre 3 e 40 graus Celsius. 
As do tipo B: toleram temperaturas mais altas.
* Regas – A frequência de rega depende de três factores:
1 - Época do ano – tempo quente mais regas ; tempo frio menos regas.
2 - Localização da planta – interior menos regas ; exterior  mais regas.
3 – Espécie - tipo A: mais regas; tipo B: menos regas.                           
Como regar:
Por aspersão -  borrifar abundantemente até a planta ficar a escorrer.
Por imersão – submergir a planta durante alguns segundos num recipiente com água e deixar escorrer.
Devem sempre secar entre regas.

* Iluminação – As tillandsias toleram luz artificial, porém, a fonte luminosa deverá estar a mais de 30 cm da planta. Em interior, mesmo que iluminada artificialmente, a planta deverá estar junto a uma fonte de luz natural. Alguns raios de sol direto pela manhã ou ao entardecer poderão favorecer a floração. Um alpendre (não virado a norte) poderá ser um excelente lugar para colocar  tillandsias durante todo o ano. Tipo A - menos luz, e tipo B - mais luz.
* Arejamento -Todas as espécies apreciam boa circulação de ar e temperaturas temperadas. Nunca se deve colocar uma tillandsia num local de permanente corrente de ar.
* Montagem – As tillandsias podem ser dispostas de diversas formas, apenas com uma regra, a de que devem ficar viradas para cima, de forma a que possam tirar partido das regas e deixar escorrer a água em excesso. A melhor forma de as manter, é presas a um pequeno tronco de madeira (natural, sem tintas, vernizes, etc.), que se poderá suspender com arame fino ou pousar sobre, por exemplo, a terra de um vaso de plantas, ou um parapeito de janela. Nunca deve deixar a planta em contacto direto com água, terra úmida ou qualquer fonte de umidade permanente.
Para as prender o tronco podem-se usar cintas, fio de nylon ou arame fino.
Podem ser também utilizados como suportes, cortiça, pedras rugosas e porosas, fibra de coco, armações de arame, ou podem ser simplesmente suspensas com um fio.
*Propagação – as tillandsias reproduzem-se por sementes (processo difícil de obter nas nossa casas) e por rebentos que tendem a formar uma colônia. Esses rebentos podem ser separados, mas apenas quando tiverem cerca de metade do tamanho da planta mãe. Nessa altura poderão ser montados noutro suporte.
*Raízes – Apenas servem como mais um indicador do estado da planta: se começarem a crescer novas raízes, é sinal de que a planta está a gostar da forma como está a ser tratada.

Colecionar tillandsias

Começar uma coleção de plantas aéreas é um 
estimulante desafio que lhe trará momentos de calmo prazer e ligação à natureza. Uma vez que se podem reproduzir com facilidade, existe sempre a hipótese de trocas entre colecionadores.
  






Fonte: http://www.bromeliasdobrejo.com/brom%C3%A9lias/tillandsia/